Maestro Jorge Antunes
"A vida imita a arte. Por isso eu faço música engajada politicamente, em busca da justiça social."
sexta-feira, 25 de junho de 2010
CONVITE: Palestra do Jorge Antunes amanhã na UnB
Eu espero que a palestra que ministrarei no sábado, dia 26, na disciplina do Prof. Frederico Flósculo, na FAU, tenha uma boa parte do tempo destinada a debate.
Assim, aos que se interessam pelo debate político, quero dizer que será grande minha alegria se eu puder contar a presença de tod@s.
Eis alguns dos temas que pretendo abordar, na exposição sobre minha visão de uma Universidade ideal:
- O financiamento público da Universidade;
- O tripé Ensino-Pesquisa-Extensão;
- A assistência estudantil;
- O campus como espaço sagrado que deveria ser inviolável, tal como o lar;
- A importância de uma Autonomia plena da Universidade;
- A importância de o Reitor poder ser eleito com o voto universal da comunidade universitária;
- A prometida e nunca implementada Assembleia Estatuinte;
- A Universidade como construtora de uma nova sociedade, em expansão de dentro para fora;
etc.
Jorge Antunes
quinta-feira, 24 de junho de 2010
24 de junho: DIA DO CABOCLO (Mameluco)
O caboclo, ou mameluco, tem sua origem na miscigenação da raça branca com a indígena, com predominância da última. O resultado dessa mescla é uma raça forte e bonita. A miscigenação é o resultado da mistura de povos diferentes. Uma quarta parte da população brasileira é descendente de índios e brancos.
Com o passar dos anos, o termo "caboclo" passou de étnico-produtivo a social-produtivo por reconhecer como caboclo todo indivíduo que se dedica à economia agrícola de subsistência, seja ele de origem indígena ou não.
Enfim, é bom lembrar que todos os brasileiros descendem de índios e negros e que seus antepassados foram os responsáveis pela construção do país; portanto, a miscigenação deve ser exaltada e respeitada, pois o povo brasileiro é essa mistura de raças.
Ao lado, a tela de Almeida Junior: PICANDO FUMO.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
STF julgará Intervenção dia 30/06
terça-feira, 22 de junho de 2010
23 de junho: DIA DO LAVRADOR
Deixamos aqui nossa homenagem ao sofrido homem brasileiro do campo.
Ao lado, a obra prima de Cândido Portinari: O LAVRADOR DE CAFÉ.
A VIDA IMITOU A ARTE !!!
EURIDES BRITO FOI CASSADA:
16 votos a favor da cassação;
3 votos contra a cassação;
2 abstenções
Parabéns, meu querido DF !
HOJE É DIA DE BRUXA NA FOGUEIRA
A VIDA IMITA A ARTE
Se o V da vida, hoje à tarde, não imitar o A da arte, o povo vai ficar
P da vida e
perceberá o truque,
terá um treco
e dará o troco!
ASSISTA AO VÍDEO
Recordando, eis a letra da ária da Bruxa Ouvides Grito, na ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco:
Vocês pensam que sou bruxa.
Toda gente, nessa orgia,
logo fala, desembucha:
sou a voz da maioria!
Eu fui uma professora,
forte fui na Academia.
Eu cheguei a ser Doutora,
eu vivi muita alegria.
Na política eu entrei,
abracei a burguesia.
A carreira acabei
pra fazer demagogia.
Defendi Educação,
já sonhei com utopia.
Comecei na religião,
acabei na vilania.
A verdade vem depois:
candidata em agonia
logo enche o caixa-dois
e a vergonha logo esfria.
Não sou ave de rapina!
Pra que tanta rebeldia?
Na bolsa, pouca propina.
Muito pouco eu recebia.
ABRAÇOS DE INDIGNAÇÃO,
JORGE ANTUNES
AGORA SÃO OUTROS 500 !
Guarde essa máxima.
Na Convenção do PSOL-DF, em que foi aprovada minha candidatura ao Senado, ganhei o número 500.
Jorge Antunes
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Enquete termina consagrando Rogério Rosso como OPORTUNISTA
O governador biônico Rogério Rosso decidiu se candidatar à reeleição. Quando foi eleito indiretamente por deputados distritais envolvidos em corrupção, ele disse que não se candidataria. Assim, qual adjetivo melhor lhe cabe?
Eis o resultado:
oportunista- 30 votos
canalha- 24 votos
golpista- 20 votos
mentiroso- 17 votos
espertalhão- 14 votos
desonesto- 13 votos
indígno- 11 votos
matreiro- 10 votos
carreirista- 7 votos
digno- 5 votos
inteligente- 2 votos
domingo, 20 de junho de 2010
Pela desmilitarização!
Eu e eles estamos e estaremos unidos na luta pela desmilitarização da atividade de Controlador de Voo.
Greve dos ônibus na segunda!
-- Durante a greve dos ônibus, eles devem rodar de graça. O leitor ativo (que participa!) afirma que é assim na França.
Continuamos com as próprias palavras do Carlos Eduardo: "Isso é muito mais interessante tanto para população como para os empregados... pois rapidinho os donos das empresas vão querer negociar".
domingo, 13 de junho de 2010
TEMPORADA DE CAÇA
Maestro, compositor, professor titular da Universidade de Brasília
O Brasil é assim mesmo. Um dia é dos cassadores, outro dos cassados. Já me acostumei. Os anos 1970 foram dos cassadores. Os anos 1990 foram dos cassados. A coisa é cíclica.
O Tesouro Nacional vive, sempre, sendo saqueado, sejam quais forem os donos do poder. Parece que de tempos em tempos a brincadeira de caça ao Tesouro vira os lados dos contendores. Em 2005 o povo disse não ao desarmamento: era a vez dos caçadores. O ano corrente é a vez dos caças. O Brasil quer comprar 36 deles. Eu não quero comprar nada. O leitor certamente também não quer. Nem nossos netos e bisnetos. Dizem que eles — pobrezinhos que acabaram de nascer ou que ainda vão nascer — serão os pagadores.
Com os 36 caças, quem vamos caçar? Acho que ninguém. Talvez numa guerra daqui a 60 anos eles nos serão úteis. Mas, pensando bem, creio que não. Pois daqui a 60 anos os 36 caças estarão obsoletos. A transferência de tecnologia que o povo deseja não é a da indústria bélica. O Brasil, dizem, precisa dessa tecnologia, porque queremos ser grandes vendedores de armas e de material bélico. Eu não quero que o Brasil seja assim. O leitor quer? Que Brasil é esse de que falam, quando falam essas coisas?
Alguns dirão que, sem guerras, o Brasil poderá usar seus caças para voar ruidosamente sobre nossas cabeças maravilhadas nos desfiles militares e demais festas cívicas. Com isso, o povo extasiado, olhando para o alto, diria: Ohhhh! Pois eu digo que é muito caro. Mais bonito e barato, nessas ocasiões, seria o povo soltar pipas, coloridas, alegres. Eu, de minha parte, já me proponho a fazer uma bela pipa e também a empiná-la.
O vice-presidente José de Alencar disse que armas nucleares seriam importante “fator de dissuasão” e dariam “mais respeitabilidade” ao país. Não se fazem mais josés de alencares como antigamente. O outro José de Alencar, autor de Iracema, foi mais sábio. Foi um nacionalista que empreendeu esforços patrióticos para povoar o Brasil com conhecimento e cultura.
Mais sábio ainda foi Voltaire. O filósofo do iluminismo francês disse que “a música seria o mais caro dos ruídos se não existisse o do canhão”. O papa Paulo VI, bem mais à frente, não deixou por menos. Lamentava que os países em desenvolvimento se preocupassem em comprar armas, em vez de se esforçarem para elevar seu nível de vida.
Renunciando à compra de um único caça-bombardeiro, um país qualquer poderia, por exemplo, montar cerca de 700 concertos com uma orquestra sinfônica. Com um só tiro de canhão de 150mm, poder-se-ia pagar um professor durante um mês inteiro. O dinheiro pago por dois ou três revólveres seria suficiente para promover um excelente concerto de música de câmara.
Não é a simples descoberta de riquezas no pré-sal que vai fazer deste país uma grande potência mundial. Costuma-se dizer que os países árabes são ricos, por possuírem a quase totalidade dos petrodólares. Mas é notório que seu desenvolvimento não aumenta apreciavelmente. A razão dessa contradição está no fato de que eles, em vez de importar professores e dar maior vivência à sua cultura, costumam importar caças-bombardeiros, técnicos de futebol e armas ultramodernas.
A história nos dá lições que precisam ser recuperadas. Os romanos, com sua força prodigiosa e enorme potencial militar, subjugaram a Europa mas só serviram de veículo para a cultura grega. “A Grécia vencida venceu o seu feroz vencedor.” Foi assim que Horácio, em suas Epistulae, se referiu ao fenômeno causado pela pujança da cultura grega.
Precisamos de um país com arte para todos. Precisamos de um país com cultura de todos para todos. Somos um dos povos mais criativos do mundo. Somos um povo que já sabe lutar para que seus direitos históricos não sejam cassados. Precisamos de um país sem caças. Não admitimos mais a caça às bruxas e tampouco a lei do cão. Quem não tem lei do cão caça com arte.
Ira Levin fora da orquestra
A deputada Eurides Brito, que foi filmada guardando dinheiro de propina na bolsa, enfrenta um processo de cassação de mandato que já está em fase avançada.O Ministério Público a afastou da Câmara Legislativa. Irregularidades foram descobertas em seguida, porque ela fez com que verbas públicas fossem desviadas para o pagamento do salário de R$ 40.000,00 de seu genro, o regente Ira Levin.Eurides trouxe o pianista norte-americano para Brasília em 2007. Ele assumiu a direção da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Agora, o escândalo em que se envolveu com sua sogra provocou seu afastamento da Orquestra.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Rei momo é pré-candidato pelo PSOL
Antônio Jorge é graduado em ciências contábeis, é filho de Brasília. Foi fuzileiro naval da Marinha do Brasil por três anos e meio. O rei momo conquistou o título em quatro concursos. Participa da ONG O caminho em Brazlândia, onde dessenvolve, desde 2007, ações comunitárias de inclusão social.
Saudamos o rei momo, juntos nesta luta por uma Brasília melhor!
CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO
http://wellingtonrodriguesdf.blogspot.com/
CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO
Os Índios instalados no Acampamento Indígena Revolucionário (AIR), na Capital da República, representando mais de 15 nações indígenas, entendem que tenha chegado o momento de, através da presente Carta Aberta, prestar à Nação brasileira e ao mundo através da rede mundial de computadores (internet) que trata da temática indígena no Brasil, alguns esclarecimentos de forma a evitarmos que informações caluniosas e sem nenhum fundo de verdade venham a tentar minimizar e desacreditar junto à opinião publica nossa luta.
1. O AIR se instalou na Esplanada dos Ministérios em Brasília em 12 de janeiro de 2010, logo após a publicação do Decreto nº 7056/09, elaborado pela atual Direção da FUNAI e assinado pelo Presidente Lula, totalmente à revelia dos Povos indígenas e que pretende reestruturar o órgão indigenista brasileiro.
2. Sua instalação se deveu e se deve, única e exclusivamente, à forma intransigente, autoritária, antidemocrática e absolutista com a qual a Direção da FUNAI vem tratando o assunto, o que acabou por nos deixar sem qualquer outra alternativa a não ser a de buscarmos através da instalação do AIR e de manifestações pacíficas junto ao Congresso
Nacional e opinião pública chamar a atenção das autoridades brasileiras para a grave situação de crise em que se encontra a política indigenista brasileira.
3. Aqueles que acompanham mais de perto o desenrolar dos acontecimentos estão cientes de que a publicação do Decreto nº 7056/09 representa em síntese o esvaziamento e enfraquecimento da representação da FUNAI em suas bases, e, por conseguinte, o descumprimento do compromisso constitucional que a Nação tem com os Povos Indígenas.
4. É fato que tanto os Povos Indígenas como os servidores da FUNAI verdadeiramente comprometidos com a defesa dos direitos indígenas há mais de 30 anos lutam pela reestruturação do órgão, a qual sempre teve como linha mestra a necessidade de fortalecimento do órgão indigenista em suas bases pois sabemos que seu enfraquecimento nos locais onde
estão as terras e os povos indígenas só fortalece a atuação daqueles que têm amplos interesses econômicos nas riquezas que lá existem.
5. Ao promover, portanto, uma reestruturação que fragiliza o órgão indigenista, a atual Direção da FUNAI apenas sinaliza a todos para quem de fato está trabalhando e ao defender esses interesses apunhalou pelas costas, de forma maquiavélica e torpe, mais de 600.000 índios brasileiros, bem como rasgou e jogou na latrina compromissos internacionais firmados pelo Brasil, como, por exemplo, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
6. Estamos aqui há mais de 5 meses e daqui não vamos sair pois entendemos que se agora, nesse momento, não lutarmos pelos nossos direitos, não lutarmos para fazermos valer todo um passado de briga, onde tantos dos nossos tombaram, estaremos definitivamente fadados ao fim enquanto Povos Indígenas.
7. Vivemos hoje um retrocesso sem precedentes tanto no trato da questão indígena, como de todo o arcabouço legal que construímos ao longo desses anos e que elevou a Brasil a um ser um dos países com legislação ambiental e até mesmo indigenista mais avançados do mundo. Isso é fato incontestável!
8. Em nome de um crescimento econômico pleiteado por toda a Nação, temos nossos territórios impactados por estradas, ferrovias, hidrelétricas e outros empreendimentos, todos aprovados pela FUNAI com um simples “sem óbices ao empreendimento x ou y“, sem que nesse processo se garanta o pleno cumprimento da legislação ambiental e
indigenista que ainda está em vigor.
9. A UHE Belo Monte é exemplo cabal de nossa afirmativa e serviu para materializar o que até então era de conhecimento de poucos, mesmo porque aqueles poucos servidores que no cumprimento do dever cuidaram de denunciar o que acontecia nos bastidores da FUNAI, foram sistematicamente assediados moralmente pelos atuais dirigentes.
10. As “negociatas“ que envolvem a aprovação de Belo Monte e a exemplar reação da população indígena e não indígena que será irreversivelmente por ela afetada, trazem a público a verdadeira ditadura aos moldes do regime militar em que hoje vivemos, pois não foram somente os técnicos da FUNAI os assediados. Os meios de comunicação têm noticiado freqüentemente a situação dos técnicos do IBAMA e do Instituto Chico Mendes, que também passam pela mesma
situação.
11. Antecipamos aqui que, como todos os brasileiros, queremos também o progresso, o desenvolvimento, entretanto esse progresso não pode estar condicionado a deixarmos para as gerações futuras o caos ambiental que
hoje gestamos na avidez do lucro para empresários nacionais e internacionais.
12. Lamentamos profundamente que antigos aliados dos Povos Indígenas, sem que tenhamos uma explicação convincente, tenham nos virado as costas, usando instrumentos que lhes tiram a dignidade e a credibilidade na vã tentativa de tirar-nos a credibilidade.
13. A mais recente tentativa busca dar ao nosso movimento conotações de cunho político ao afirmar que estaríamos sendo financiados por partidos de oposição ao atual governo. Cabe inicialmente registrar que o governo já financia seus opositores há muito tempo, basta acessar o Portal da Transparência para constatar nossa afirmativa.
14. Estamos deixando claro que o nosso Acampamento Indígena Revolucionário não tem qualquer vinculação ou motivação
político-partidária e vem se mantendo graças ao apoio dos moradores de Brasília e entorno, de instituições de cunho religioso e dos próprios acampados que felizmente a cada dia aumentam.
15. Ao contrário de outros que aqui chegam com diárias de colaborador, de servidor, hospedam-se em bons hotéis, com carro a disposição, aqui estamos contando com a caridade de alguns e a certeza de que nosso movimento é por uma luta justa. Desde janeiro aqui enfrentamos com mulheres e crianças chuva, fome, frio em abrigos improvisados.
16. Estamos sim construindo alianças políticas com o Congresso Nacional, tendo por sinal recebido apoio de parlamentares tanto da situação como da oposição. A nossa luta é isso, não vemos nada de ilegal ou errado. Sem esse apoio não teríamos, por exemplo, como barrar a recente tentativa de criar-se o Conselho Nacional de Política Indigenista, mais um instrumento de manipulação dos Povos Indígenas gestado na nefasta gestão do Sr. Marcio Meira.
17. Sem esse apoio não teríamos como levar aos parlamentares a grave situação de crise imposta ao órgão indigenista pelo Sr Marcio Meira, na expectativa de que nossas denúncias tenham algum eco junto às instituições publicas, em especial junto ao Tribunal de Contas da União a quem cabe investigar o que hoje acontece na FUNAI.
18. Graças a atuação do AIR, o Congresso Nacional sabe do verdadeiro bordel em que hoje se transformou a FUNAI, tendo na figura da Chefe de Gabinete sua maior gerente, pois a ela cabe principalmente as nomeações espúrias de membros de partidos, sindicalistas, amigos, amantes e outros chegados.
19. Hoje a maioria dos cargos comissionados da Fundação Nacional do Índio encontra-se em mãos de pessoas totalmente alheias às atividades e procedimentos legais que normatizam o serviço publico. A prova inconteste de nossa afirmativa é o próprio Decreto nº 7056/09, visivelmente elaborado por pessoas que nada ou pouco entendem das atividades do órgão indigenista.
20. Todas as tentativas até agora adotadas pela Direção da FUNAI no sentido de desqualificar a atuação do AIR não tem encontrado ressonância, não só junto aos índios como também junto a instituições que acreditamos sejam sérias como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Dizer que nosso movimento não tem objetividade de pauta que sustente nossa principal reivindicação que é a revogação do Decreto n. 7056/09 é desconhecer a manifestação de varias Associações Indígenas, do conjunto de servidores da FUNAI através de sua Associação, do SINDESP-DF, da CONDESEF entre outras.
21. Extinguir toda a representação da FUNAI no Estado do Paraná, extinguir após literalmente enganar os Kayapó, a Unidade da FUNAI em Redenção, deixar no abandono índios de recente contato na região da Altamira, onde se instalará Belo Monte, com a extinção da Unidade de Altamira, jogar de forma irresponsável o atendimento de todos os
parentes Guajajara para a cidade de Imperatriz, acabar com a Unidade da FUNAI no Estado de Pernambuco, acabar com a Unidade da FUNAI em Tangará da Serra, submeter os Maxacali a uma Unidade em Paulo Afonso na Bahia, esses são apenas alguns dos itens desse nefasto Decreto que fundamentam e dão objetividade a nossa reivindicação.
22. Transferir para Organizações Não Governamentais atribuições que pela Lei são de responsabilidade da FUNAI, como a gestão dos recursos da Renda Indígena, abrindo assim um amplo leque de negócios lucrativos para essas instituições, demonstra o nível de patifaria da atual direção da FUNAI. Cabe destacar que são as ONGs travestidas de
associações sem fins lucrativos que hoje ditam as diretrizes da política indigenista brasileira.
23. Submeter servidores do quadro efetivo da Fundação Nacional do Índio a um processo forçado de redistribuição para outros órgãos, impor a todos aqueles que demonstram descontentamento com a atual situação, práticas nazi-fascistas de opressão, esses são outros dos itens desse nefasto Decreto que fundamentam e dão objetividade a nossa
reivindicação pela revogação do Decreto nº 7056/09.
24. O AIR (Acampamento Indígena Revolucionário) tem como segunda reivindicação a imediata exoneração do Senhor Marcio Meira e sua equipe. Sobre esse tema é bom inicialmente recordar que a equipe que hoje dirige a FUNAI foi toda ela exonerada pelo então Ministro da Cultura Gilberto Gil.
25. Na época várias foram as manifestações contrárias ao ato do Ministro. Hoje é premente concluir-se que GIL TINHA RAZAO! Esperamos que agora o Presidente da República tenha a mesma lucidez em exonerar essas pessoas da atual direção da FUNAI, como teve lucidez o Ministro Gilberto Gil em exonerar o patife-mor Marcio Meira. O ato de
exoneração à época do Marcio Meira só serviu para que o então Ministério da Cultura (Gilberto Gil) finalizasse o mandato de seu Ministério com tanto brilhantismo, reconhecido nacional e internacionalmente.
26. Pois bem, dando objetividade a nossa segunda reivindicação, apontamos o seguinte:
A) Coube a atual direção um intenso processo de aparelhamento político partidário da FUNAI, que por não ter critérios técnicos mínimos, vêm gerando a quase que paralisação das atividades da Fundação. Já há algum tempo que temos vivido de eternas reuniões, encontros, seminários, todos eles com participação escolhidas a dedo, ou seja, só
entra a turma do Presidente, reuniões que ao final redundam em outras reuniões sem que seus resultados venham a alterar a grave situação em que hoje vivem os índios em suas territórios.
B) Tem sido no mínimo vergonhoso o papel da FUNAI nas discussões que tratam de empreendimentos em Territórios Indígenas. Numa inversão de suas atribuições, quem de fato vem ditando as regras e condições nessas discussões têm sido os empreendedores e a Casa Civil. Para os Povos Indígenas a opção é uma só: Ou se aceita ou se aceita!
C) É visível o uso de recursos públicos e do aparelho de Estado em benefício de Organizações Não Governamentais que atuam com a questão indígena. Hoje membros importantes do CTI – Centro de Trabalho Indigenista – integram o quadro de dirigentes e como tais cuidam de convênios ou termos de Cooperação ou simples Pareceres para se auto-beneficiarem.
D) É bom registrar que o CTI é apenas uma das ONGs que hoje penduram-se nas benesses e facilidades que a Fundação Nacional do Índio pode lhes propiciar. Não podemos aqui deixar de registrar a atuação mesmo que indireta de ONGs como o ISA (Instituto Sócio-Ambiental) que teve recentemente um de seus membros mais proeminentes como um dos consultores da CNPI para a elaboração do novo Estatuto dos Povos Indígenas, outra bomba atômica que está para explodir no colo dos Povos Indígenas.
E) Apesar de tecer sérias criticas e divulgar que em sua gestão está acabando com a danosa prática assistencialista da FUNAI, em nenhum momento da história do indigenismo se viu sua execução de forma tão intensa. A recente licitação no valor de R$ 400.000,00 para aquisição de cestas básicas para os Xavantes, além de desnecessária, pois essa
atividade é de atribuição da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), evidencia com clareza a forma de gestão dos recursos públicos da atual direção, qual seja, assistencialista e imoral!
F) A cooptação de líderes indígenas, organizações indígenas e índios de um modo geral tem sido de um cinismo sem precedente. Quem por ventura vier a discordar, se resolve via cesta básica, nomeações ou via auxílio financeiro, diária de colaborador e outros instrumentos possíveis de usar. Aos que se mantêm resistindo, a solução foi mais simples ainda: Colocar a Força Nacional com poder de uso de armas letais na porta da FUNAI há mais de 5 meses.
G) Graças a essa prática, a atual Direção da FUNAI levou ao descrédito o que poderia ter sido um instrumento importante de política indigenista, que foi a Comissão Nacional de Política Indigenista, hoje tendo seus membros indígenas colocados ao extremo descrédito junto a seus representados.
Líderes importantes e históricos do movimento indígena, como Akjaboro Kayapó, foram literalmente usados nesse jogo sujo de cena de representatividade criado pela atual direção da FUNAI.
Registramos aqui a situação de Akjaboro Kayapó, porque acompanhamos através das Atas da CNPI sua luta pelo não fechamento de Redenção, contra a instalação de Belo Monte e em defesa do Plano de Carreira da FUNAI.
Como Akjaboro Kayapó vários outros foram enganados e iludidos pela atual direção da FUNAI com eternas promessas de que nada seria feito sem consultá-los.
H) É visível a intenção da atual direção da FUNAI de acabar com todo um trabalho indigenista de mais de século, no sentido de inviabilizar a convivência pacifica entre os Povos Indígenas quando, adotando de métodos escusos, joga Índios contra Índios, o que resultou em conflito sangrento entre Xavante e Kayapó, na porta da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em janeiro deste ano.
Lembramos ao Presidente da FUNAI que os Povos Indígenas e seus territórios não podem continuar a ser tratados como verdadeiros feudos, que a política indigenista não pode ser levada tentando-se classificar os índios como os índios do Presidente, da ONG X ou Y, do servidor “A”ou “B”.
Esses são, portanto, apenas alguns dos fatos que fundamentam nossa reivindicação quanto à necessidade urgente e premente de exonerar-se a atual direção da FUNAI.
No atual momento inclusive é premente que ela ocorra o quanto antes para que seja possível abrir algum canal decente de negociação com o governo federal.
A máscara de “bom moço” do Sr. Marcio Meira e sua equipe inegavelmente caiu ao chão, a insatisfação de índios e servidores é latente em todo o território nacional e só tende a se agravar.
Mantê-lo e manter a sua equipe à frente da Fundação Nacional do Índio é gerar para o governo Lula grave desgaste nacional e internacional. Hoje o governo brasileiro encontra-se questionado em vários Fóruns internacionais quanto ao tratamento que vem dando à questão indígena e ambiental.
Para finalizar nossos esclarecimentos não poderíamos deixar de registrar o seguinte:
1. É lamentavelmente visível nesse processo todo a inexplicável omissão do Ministério Publico Federal, a quem caberia nossa defesa. Denúncias escritas, Ofícios, abaixo assinados são encaminhados a essa instituição sobre tudo o que acima registramos e nada é feito.
2. É lamentável que membros importantes do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) tenham se deixado levar por essa farsa em que se transformou a FUNAI e seus dirigentes. Hoje vemos uma atuação no mínimo dúbia dessa ONG que tem uma longa história de luta em nossa defesa. Enquanto o Presidente da instituição luta lado a lado com os Povos Indígenas e não indígenas pela não implantação de Belo Monte, outros membros do CIMI se efetivam ocupando cargos comissionados na
FUNAI, portanto diretamente estão a concordar com o que está acontecendo.
3. É lamentável o uso consentido de Organizações Indígenas como a COIAB, APOINME entre outras, por parte da direção da FUNAI. Lembramos que representatividade junto aos Povos Indígenas não se dá através de CNPJ, mas sim através de um sistemático, coerente e honesto trabalho junto aos Povos Indígenas nas aldeias.
Sabemos que algumas dessas organizações caíram em mais uma armadilha governamental, que foi o processo de terceirização de atividades que eram de responsabilidade do Estado e hoje encontram-se em séria situação de dificuldades financeiras.
É exemplar a situação da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), ontem gerenciando milhões de reais da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), hoje com mais de um milhão em dívidas trabalhistas, em dificuldades junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), o que a forçou inevitavelmente a iniciar uma Campanha pedindo
R$ 1,00 a quem possa lhe ajudar.
Como a COIAB, várias outras organizações indígenas estão hoje absolutamente fragilizadas o que as torna presa fácil de interesses outros que não aqueles para as quais foram criadas, que é a defesa dos nossos Povos Indígenas.
4. É lamentável o silêncio de indigenistas, servidores da FUNAI e outros que em passado recente diziam-se parceiros dos indígenas. É justo afirmar que a Associação dos Servidores da FUNAI vem se posicionando desde janeiro contrário ao Decreto, entretanto é fato que, como bem detalhamos, a Fundação Nacional do Índio vive hoje grave situação de assédio moral.
Enquanto uns não falam por simples medo, outros cuidam de aliar-se à atual direção e de alguma forma auferir algum benefício, quer seja através de Cargos Comissionados, quer seja através de diárias, ou através da possibilidade de agasalhar um parente ou amigo.
Por fim, temos o compromisso de alertar a população brasileira para o seguinte: Se hoje são os Povos Indígenas do Acampamento Indígena Revolucionário que lutam para manter vivo o compromisso da Nação pelo direito à liberdade de expressão, pelos direitos que a duras penas conquistamos na última Assembléia Nacional Constituinte, amanhã pode
ser o servidor público, o aposentando e outros cidadãos que se vejam forçados a ir a praça pública lembrar a todos nós que os tempos da ditadura ficaram para trás.
Agradecemos todo o apoio que tem nos prestado a população de Brasília e seu entorno, por compreender que se estamos “enfeiando a Esplanada” “ com nossas toscas barracas é porque nossa realidade nos Territórios Indígenas é bem mais feia.
Esperamos com essa Carta Aberta ter melhor explicado os motivos de nossa luta e que assim outros cidadãos venham a se sensibilizar nos doando gêneros alimentícios e material de limpeza. Não queremos e não autorizamos que em nome do AIR se receba dinheiro da população.
Apelamos aos parentes que chegam a cada dia que passa de outras regiões que tragam consigo seus produtos de roça.
Agradecemos aos parlamentares dos partidos de situação e oposição que verdadeiramente têm se mostrado sensíveis à nossa causa.
Agradecemos através da Associação Nacional dos Servidores da FUNAI o apoio que temos recebido daqueles servidores verdadeiramente comprometidos com a defesa de nossos direitos.
Agradecemos a antropólogos, jornalistas e demais profissionais liberais que vêm disponibilizado seus meios de comunicação para levar à opinião pública nacional e internacional a grave crise que passa a política indigenista brasileira.
Depositamos toda a nossa solidariedade aos parentes que em todo o território nacional, quer seja através de suas Associações, quer seja individualmente, têm apoiado nossa luta. Sabemos que se não tivermos forças para lutar agora, um futuro de opressão e mentiras se apresenta para todos nós.
Esse conjunto de parceiros que hoje temos e que se avoluma com o passar dos dias só reafirma que caminhamos no rumo certo.
Todas as tentativas que vão desde cooptar com benesses nossos membros, seja pela força através do uso da Policia Federal, Forca Nacional e até Polícia Militar, têm apenas servido para mostrar a verdadeira face da atual direção da FUNAI, do Ministério da Justiça e do Governo do Presidente Lula da Silva.
Continuaremos, portanto, aqui acampados!
Continuaremos na busca da abertura de canais legítimos de negociação que passa pela imediata exoneração do Sr. Marcio Meira e a nomeação de uma nova equipe que venha a viabilizar procedimentos de transição capazes de garantir a participação dos Povos Indígenas, servidores e parceiros num processo democrático, transparente e legítimo de reestruturação da FUNAI, que fortaleça a presença do órgão indigenista em sua base.
Conclamamos os parentes que ainda permanecem como membros da Comissão Nacional de Política Indigenista a formalizarem junto ao Ministério da Justiça e a outras instituições, seus pedidos de retirada da dita Comissão, como única forma de não mais se envolverem nesse pântano lamacento em que se transformou a política indigenista gerida pela
atual direção da Fundação Nacional do Índio
Brasilia, 06 de junho de 2010
Acampamento Indígena Revolucionário!
Revolucionar não pelas armas, mas revolucionar pela democracia e transparência!
O Direito sem a justiça não é um direito, é apenas um jogo de interesses mesquinhos!
Jorge Antunes: "Todo apoio ao PGR: Intervenção Já"
A punição que Arruda e PO tiveram não pode significar uma frustração coletiva. Caso contrário, vencerá a lógica do vou votar no "Rouba, mas faz".
Brasília precisa ser defendida, não só pelo PGR, mas por todos nós.
Veja matéria do DFTV:
http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL1599010-10040,00-PGR+VOLTA+A+DEFENDER+INTERVENCAO+NO+DF.html
Para procuradora-geral da república em exercício, nenhuma medida concreta foi tomada pelo Poder Legislativo para combater a instabilidade institucional.
A procuradora-geral da república em exercício, Deborah Duprat, encaminhou nesta quarta-feira, dia 09, ao Supremo Tribunal Federal parecer defendendo mais uma vez a necessidade de intervenção federal no DF. Segundo a procuradora, nenhuma medida concreta foi tomada pelo Poder Legislativo para combater a instabilidade institucional.
Ela cita, por exemplo, a participação de deputados suspeitos de envolvimento no escândalo na eleição do novo governador. O parecer foi pedido pelo STF depois de receber informações da Câmara Legislativa e da procuradoria do GDF.
Ópera de rua é premiada
Assim, no segundo semestre será possível levar o espetáculo a todas as cidades satélites do Distrito Federal.
Este grandioso trabalho é de Jorge Antunes candidato ao Senado pelo PSOL/DF.
Matéria no Correio Braziliense em 09.06.2010, sobre o prêmio.
Leia em:
http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cidades/pri_cid_211.htm
domingo, 6 de junho de 2010
GILDO vive! in memoriam
Será no Fórum da Ceilândia, terça-feira dia 8 de junho, às 8h30.
Gildo, que era diretor do Sindicato dos Servidores do DF e trabalhava no SLU (Belacap), foi assassinado na greve de 2000 pela polícia de Roriz.
O assassinato aconteceu em 6 de outubro de 2000. Na autópsia de Gildo, feita sem a presença de representante da Comissão de Direitos Humanos nem de qualquer representante sindical, verificou-se que ele levou um tiro pelas costas.
Gildo tinha 33 anos. Deixou esposa e dois filhos, uma menina de um ano e um menino de três que, hoje, estão respectivamente com 11 e 13 anos.
Enquanto governou o Distrito Federal, Roriz impôs mão-de-ferro sobre os movimentos sociais, tratando a bala as mobilizações e protestos dos trabalhadores.
Após a morte de Gildo, Roriz privatizou o serviço de limpeza urbana.
Não se mata a Justiça!
Jorge Antunes
sábado, 5 de junho de 2010
VOCÊ JÁ OUVIU ALGUMA DE MINHAS OBRAS ELETROACÚSTICAS?
Você tem algum de meus CDs?
Não? Então convido a ouvir, de graça, uma de minhas composições eletrônicas.
Acesse: http://www.americasnet.com.br/antunes/audio/Voyage_au_fond_de_l'ocean_cerebral.mp3
Fiz essa obra em Paris em 2005. Por isso ela tem título em francês.
Tradução: VIAGEM AO FUNDO DO OCEANO CEREBRAL.
Envia-me sua opinião.
Explicações em Inglês estão em:
http://www.americasnet.com.br/antunes/audio/voyage.htm
Esperar 2012 ?
Assistam este vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=Pej1ZpVNgt4
Abraços,
Jorge Antunes
Popularização da cultura: centenas de orquestras jovens por toda a Venezuela
Exatamente.
É impressionante o Sistema de Orquestas Infantiles y Juveniles da Venezuela.
São centenas de orquestras jovens por todo o país.
Meu filho, o jovem maestro Jorge Lisbôa Antunes, que fez o bacharelado na UnB, está lá fazendo o Mestrado em Regência na USB (Universidad Simón Bolivar). Sua monografia será justamente sobre o Sistema seu repertório e sua aplicabilidade no Brasil.
Detalhes do Sistema podem ser vistos em:
http://fesnojiv.gob.ve/es/mision-y-vision.html
Meu poema sinfônico O Massapê Vivo foi tocado, no XVI Festival de Música Latinoamericana (http://www.festivallatinoamericano.com.ve), pela mais importante dessas orquestras.
Em anexo envio foto.
Abraço,
Jorge Antunes
Em 4 de junho de 2010 16:19, João Telésforo Medeiros Filho
Um grande exemplo de projeto no sentido do que propõe o professor Antunes é realizado na Venezuela (há algumas décadas, mas o governo Chávez aumentou o apoio estatal):
http://brasiledesenvolvimento.wordpress.com/2009/07/26/gustavo-dudamel-e-el-sistema-um-projeto-de-engrandecimento-do-ser-humano/
sexta-feira, 4 de junho de 2010
As festas juninas e o Estado
maestro, compositor, professor titular da UnB, pesquisador
do CNPq e pré-candidato ao Senado pelo PSOL-DF
O atual governo biônico do DF, tal como os governos anteriores, despreza totalmente a cultura local. Isso é lamentável e precisa ser corrigido. Neste começo do mês de junho, por exemplo, a Secretaria de Cultura e o Fundo de Apoio à Cultura deveriam estar dando atenção especial a manifestações culturais alusivas às tradicionais festas juninas.
Já é raro, em Brasília, vermos jovens malhando judas no Sábado de Aleluia. Esse processo de extinção de algumas de nossas tradicionais manifestações culturais faz aumentar nossa indignação quando vemos consagrada a importação do halloween ianque.
Creio que a chamada intelectualidade tem grande parcela de culpa nesse triste processo de morte e esquecimento de nossas ricas tradições populares.
Desde 1875, quando surgiu nos cabarés da Lapa, o maxixe era abominado pela intelectualidade. Os eruditos torceram tanto o nariz que, quatro décadas depois, a polícia proibiu a prática da dança em razão da lascívia de seus praticantes. A baixaria só veio a ser reconhecida como arte quando Mário de Andrade, já nos anos 30, qualificou o maxixe como a primeira dança genuinamente brasileira e estudou sua gênese sincopada da cultura afro-lusitana.
Esse tipo de história, em que intelectualóides condenam a arte popular e a arte comercial, viria a se repetir com a Geração Paissandu, no Rio. Os jovens intelectualizados dos anos 60, frequentadores do Cine Paissandu, passaram a se apaixonar pelas musas de Godard depois de muito torcerem o nariz para as chanchadas da Atlântida. Enquanto Anna Karina e Anne Wyazenski eram cultuadas no Paissandu da Rua Senador Vergueiro, astros como Eliana, Oscarito, Cyl Farney e Adelaide Chioso, na tela do Poeira da Rua Larga, eram repudiados pelos intelectuais. Hoje a Chanchada é matéria de estudo na Universidade, cultuada de modo científico, e é assunto de inúmeras teses acadêmicas nas áreas de Cinema e Comunicação.
Por essas e outras eu não condeno os tchans, as bundas televisivas, as danças da garrafa, os rebolations e nem as eguinhas pocotós. Estou certo de que dentro de uns 30 anos, teses e mais teses estarão, na Academia, estudando o comportamento e a semiologia das eguinhas rapidinhas dos bailes funks, e a estética e estilística de poucos tons dos pocotós. Já vislumbro defesa de tese no Anfi 9 da UnB, em 2040: "A interdisciplinaridade como forma de hibridismo na eguinha pocotó, sob um olhar fenomenológico e calipigista".
O Distrito Federal pulsa culturalmente de modo multifacetado. As programações de teatros, cinemas e outros espaços, divulgadas semanalmente em nossa cidade, refletem plenamente o caleidoscópio cultural. A cidade fervilha com duplas caipiras, concertos sinfônicos, filmes, música popular, música de câmara, memória, teatro, fotos, exposições, esporte, artes plásticas, etc.
Mas, convenhamos, não há equanimidade. Duas vertentes estéticas são discriminadas: a arte popular autêntica de raíz e a arte contemporânea de vanguarda. Os produtos massificados, em geral de vida efêmera, têm apoio do Estado, da Mídia, dos banqueiros, da Indústria e do Comércio. A arte tradicional e a arte nova esperneiam desesperadas para sobreviver.
Sempre existirão empresários que queiram destinar parte de seus impostos a projetos culturais. Mas, evidentemente, eles só o farão para os projetos que lhes dêem retorno imediato. É bom e barato, para o empresário, associar sua marca e seus produtos a manifestações culturais que atingem facilmente um grande público: música popularesca; teatro de artistas globais; duplas que habitam frequentemente as domingueiras televisivas; música clássica e romântica consumida rápidamente por esnobes, dondocas e itamaratacas; ...
O neoliberalismo brasileiro agudizou o problema porque o Estado, na onda de tudo privatizar, abdicou de seu dever de apoiador da Cultura: deu ao empresariado, através das Leis de Incentivo, o papel de promotor e censor artístico-cultural. O empresário destina seus impostos, dinheiro público, apenas para a Cultura de consumo vasto, garantindo a lucrativa exposição de sua imagem e de seus produtos.
A revisão das leis de incentivo fiscal para a cultura deveria, para contemplar a arte nova, experimental, ainda de pequeno público, partir para outros caminhos. Por exemplo, não deveria ser dado ao empresário o direito de escolher o projeto para o qual seria destinado seu imposto. O empresário não é confiável para esse mister. A ele não interessa investir em arte que possivelmente só terá grande público no futuro, em platéias das gerações futuras. Essa fatia do dinheiro público, oriunda da renúncia fiscal, deveria ser destinada a um fundo cultural administrado pelo Estado, através de comissões representativas de artistas e estetas.
Ironicamente alguns chamam essas leis de Leis do Mecenato. Pelo menos essa ignomínia ao Sr. Mecenas deveria ser condenada. Os ossos de Caius Cilnius Maecenas, que em vida abriu suas e outras portas aos artistas, latejam de revolta em alguma tumba de Arezzo sempre que a palavra mecenato é pronunciada no Brasil.
Pode ser enriquecedor, para nossa cultura, a assimilação autofágica de influências externas. Mas deve caber ao governo, em política compensatória, lutar para que nossa cultura tradicional ou autóctone não seja extinta. Este mês de junho seria o momento de se apoiar incondicionalmente, com liberação de verbas a fundo perdido, os grupos de danças folclóricas, os casamentos na roça, o assar de batata doce nas fogueiras, as festas sob bandeirolas e lanternas coloridas, tudo ao som de sanfonas e aos sabores de cocadas e pés-de-moleque. Estes meses de junho e julho seriam momentos oportunos para, colocadas no xadrez as quadrilhas que infestam o poder, dar poder às festas dos grupos de quadrilha.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
PM invade a Udesc e prende estudantes
Essa situação absurda precisa acabar.
Creio que deveríamos começar a discutir a elaboração de uma lei que determine serem invioláveis as áreas territoriais dos campi universitários: esses espaços deveriam ser considerados sagrados, porque neles é construído o futuro da nação brasileira.
Abraços,
Jorge Antunes
Em 2 de junho de 2010 17:51, Jeronimo Calorio Pinto
Que loucura velho!
Em 1 de junho de 2010 20:28, João Telésforo Medeiros Filho
PM invade a Udesc e prende estudantes
1 de junho de 2010
Texto por Celso Martins
(de http://www.fltcfloripa.libertar.org/ ou lataofloripa.libertar.org)
A Polícia Militar invadiu o campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) na noite dessa segunda-feira, no bairro do Itacorubi (Florianópolis-SC), espancando e prendendo cerca de seis estudantes. Eles se manifestavam pacificamente contra o aumento nos preços das passagens do transporte coletivo, quando passaram a ser hostilizados pelos policiais. As duas entradas da instituição foram fechadas. No local funcionam a Reitoria da Udesc, o Centro de Educação a Distância, Centro de Artes (CEART), Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED) e o Centro de Ciências da Administração e Sócio-Econômicas (ESAG), além da Biblioteca Universitária e outras instalações.
Os estudantes tentaram negociar a ocupação de meia pista da avenida madre Benvenuta para uma passeata até a UFSC e a PM negou. Tentaram se deslocar pela calçada, mas também foram impedidos. Na seqüência ocorreu a invasão do campus e as prisões.
Alunos, professores e funcionários ficaram apavorados com a “selvageria”, segundo eles, praticada com o uso de cassetetes, gás pimenta e farta distribuição de choque elétrico com as famosas Taser (moderno pau-de-arara portátil). Robustos integrantes de um pelotão do policiamento tático realizaram a repressão direta. Policiais a paisana do serviço de inteligência da PM (os chamados P2) apoiaram a ação, chegando a efetuar algumas prisões. Um estudante que tentou atravessar a rua foi atingido por um choque elétrico. Questionado pelos manifestantes, o policial autor do disparo respondeu que usou a Taser contra o aluno porque ele estava fora da faixa de pedestres.
O reitor Sebastião Iberes Lopes Melo estava em Chapecó num compromisso oficial, onde recebeu por telefone a notícia da invasão policial. Disse que ia interferir. A diretora do Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED), Marlene de Fáveri, foi chamada às pressas, o mesmo acontecendo com o coordenador do Departamento de História, Emérson Cesar de Campos, entre outros professores. Os estudantes presos foram levados à Central de Plantão Policial e devem responder a Termo Circunstanciado, como tem ocorrido com os demais, nos últimos dias, ampliando a lista de perseguidos políticos em Santa Catarina.
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João Telésforo Medeiros Filho
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Coordenador do DCE Honestino Guimarães da UnB - Gestão Pra Fazer Diferente!
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Jeronimo Calorio Pinto
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“Não importa as armas, desde que legítimas” – Ellen Galvão
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Santos sedia Congresso da Classe Trabalhadora
Santos sedia Congresso da Classe Trabalhadora
O Conclat – Congresso da Classe Trabalhadora acontece nos dias 5 e 6 de junho na cidade paulista de Santos. No centro do debate, está a criação de uma nova central classista, combativa e unitária dos trabalhadores e trabalhadoras.
“Esse é um acontecimento muito importante, pois dá um enorme passo para unificar as lutas dos trabalhadores e dos sindicatos combativos, que não se venderam ao governo”, avalia a deputada federal Luciana Genro.
O evento ocorre nos dias 5 e 6 de junho, na Avenida General Francisco Glicério, 206 – Santos/SP.
Fonte: psolsp.org.br
Postado por Roberto Robaina às 17:50
Marcadores: classe trabalhadora, conclat, PSOL, Roberto Robaina, santos, trabalhadores
E lá no Senado, a farra continua
Quase um ano após crise dos atos secretos, gastos crescem no Senado
Gastos com as empresas terceirizadas subiram 18,6%.
Reforma administrativa terá um novo projeto, ao custo de mais R$ 250 mil.
Do G1, com informações do Jornal da Globo
Quase um ano depois da crise dos atos secretos e dos funcionários fantasmas, a reforma administrativa ainda não saiu do papel. O Senado continua cheio de terceirizados: são mais de 3 mil, quase o número de concursados. A redução de 30% não aconteceu.
“Passada toda aquela agudeza da crise do Senado, esse assunto foi enterrado”, diz o senador José Neri, (PSOL-PA).
A redução de 30% não aconteceu. “Ela não pode ser feita em 30 ou 60 dias”, comenta o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Só que já se vão oito meses. “Nós temos uma meta a atingir e ela será atingida”, completa.
Os gastos com as empresas terceirizadas também subiram. De quase R$ 32 milhões para perto de R$ 38 milhões: 18,6% a mais este ano, comparado com o primeiro quadrimestre do ano passado. O dinheiro foi parar no caixa de 16 empresas que tinham contratos sob suspeita. Auditores haviam recomendado novas licitações.
O Senado justificou que os contratos foram prorrogados porque houve atrasos nas licitações, e que os preços foram reajustados por conta do aumento salarial dos trabalhadores das empresas terceirizadas.
A reforma administrativa que não saiu do papel vai ter um novo projeto, ao custo de mais R$ 250 mil. O que se discute, por enquanto, é o aumento salarial de 30%, em média, para os funcionários concursados. Alguns senadores não concordam.
“Se dependesse de mim, a gente não votava planos de salários, deixava para mais adiante, e vamos entrar na reforma administrativa”, diz o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Governo corta mais R$ 1,2 bilhão da Educação
01/06/2010
O governo definiu ontem os ministérios e órgãos que terão uma nova redução de orçamento este ano. Com R$ 1,28 bilhão a menos, o Ministério da educação é o mais afetado. Em relação ao aprovado pelo Congresso, a pasta já registra perda de R$ 2,34 bilhões. O Executivo está reduzindo despesas no valor de R$ 7,5 bilhões, com a justificativa de tentar conter o consumo e, por consequência, o crescimento da economia e da inflação. Outra razão é se adequar às obrigações legais.Governo corta R$ 1,28 bi da educação
Mais afetado pela redução do Orçamento, ministério já perdeu R$ 2,34 bilhões em relação ao que foi aprovado pelo Congresso
Renata Veríssimo e Edna Simão, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O governo definiu ontem os ministérios e os órgãos da União que terão uma nova redução de orçamento este ano, como parte do corte de gastos anunciado recentemente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O Ministério da educação foi o mais afetado e terá R$ 1,28 bilhão a menos para gastar em 2010. Com esse corte adicional, o orçamento da educação perdeu R$ 2,34 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Congresso.
No total, o Executivo está reduzindo despesas no valor de R$ 7,5 bilhões. Para alcançar o valor do corte de R$ 10 bilhões, anunciado no dia 13 de maio, o governo diminuiu também a estimativa de gastos obrigatórios (principalmente com pessoal e subsídios), em cerca de R$ 2,4 bilhões. O Legislativo e o Judiciário terão uma redução nas despesas de R$ 125 milhões.
O corte foi anunciado como medida para evitar uma escalada mais forte da taxa básica de juros (Selic) decidida pelo Banco Central. O ministro Mantega chegou até a dizer que a medida ajudaria a esfriar o crescimento acelerado da economia, funcionando como uma redução "na veia" da demanda pública.
Na prática, porém, a equipe econômica anunciou um total de R$ 31,8 bilhões cortados do Orçamento para reforçar a política de responsabilidade fiscal e mostrar ao mercado que o governo vai cumprir a meta do superávit primário, que é de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Neste ano, foi a primeira vez que o governo teve de fazer um corte adicional além do contingenciamento que é realizado todo início de ano, após a aprovação da Lei Orçamentária pelo Congresso.
Além da educação, os maiores cortes ocorreram no Ministério do Planejamento (R$ 1,24 bilhão), nos Transportes (R$ 906,4 milhões) e na Fazenda (R$ 757,7 milhões). O Ministério da Saúde perderá R$ 344 milhões. O Ministério do Desenvolvimento Social - responsável por programas sociais como o Bolsa-Família - terá de reduzir as despesas em R$ 205,3 milhões.
Beneficiados. Por outro lado, dez ministérios tiveram parte do orçamento recomposto em relação à previsão de março. Os ministérios beneficiados foram Agricultura; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Justiça; Previdência Social; Trabalho; Desenvolvimento Agrário; Esporte; Defesa; Integração Nacional e Turismo.
Segundo o decreto publicado ontem no Diário Oficial da União, os únicos órgãos que não tiveram alteração na previsão de orçamento em relação à última estimativa divulgada em março foram o Ministério das Relações Exteriores e a Vice-Presidência da República.
O governo também fixou R$ 1,5 bilhão como reserva. Esses recursos poderão ser distribuídos, à medida que seja necessário, aos ministérios.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Dia da imprensa: há o que comemorar?
Para a imprensa que defende os mais fracos e oprimidos, o povo mesmo, aí vai a postagem em sua homenagem. |
O ano de 2009 ficou marcado por fatos importantes para a imprensa brasileira. Por decisões judiciais, a profissão perdeu o diploma, jornais foram censurados e ficamos "sem lei". No dia da imprensa, comemorado nesta terça-feira (01/06), cabe a pergunta: há o quê comemorar? Para o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, sim. Em sua opinião, a imprensa enfrenta problemas, como a censura prévia ao jornal O Estado de S. Paulo e a queda do diploma, mas são "tropeços passageiros". Ele prefere lembrar o valor histórico do dia da imprensa. “É sempre um dia de comemoração. Essa data é um marco para o bom jornalismo, desde a criação do Correio Braziliense até os dias atuais”, disse Azêdo. O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, também vê motivos para comemorar, pois a imprensa é livre e “faz a nação falar”. Porém, Pedreira critica a censura prévia. “A censura prévia foi uma atitude equivocada por parte do judiciário, lamentável”, comentou. Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, afirma que, “infelizmente”, existe pouco para ser comemorado. EM sua opinião, a imprensa brasileira é de “qualidade”, mas os problemas enfrentados pelos jornalistas são graves. "Essa decisão do STF de acabar com a obrigatoriedade do diploma significa um enorme retrocesso. A regulação era um pilar para a profissão. Temos muita coisa para lutar", afirmou Andrade. |
De:
Data: 1 de junho de 2010 23:42
Assunto: Dia da imprensa: há o quê comemorar?
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