Maestro Jorge Antunes

Maestro Jorge Antunes:
"A vida imita a arte. Por isso eu faço música engajada politicamente, em busca da justiça social."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Passe livre mostra a necessidade de intervenção já", diz Jorge Antunes

19/05/2010 – Brasília - DF

Manchete do jornal tradicional Correio Braziliense informa que "Valor enviado para recarga dos cartões do Passe Livre ontem já acabou – Ainda não há expectativa de um novo repasse do DGF".

Toda a notícia do dia relativa ao Passe Livre, que afeta diretamente a maioria dos estudantes - todos os que não pertencem às classes mais ricas da cidade, está contida nessa manchete. Mas a questão que fica para ser discutida de forma objetiva é a relação que existe entre o poder público do Distritio Federal e as empresas de transporte – público – que são concessionárias de um serviço público. Se nós todos sabemos que há a necessidade de se fazer uma revisão pública dos contratos – uma auditoria independente – por que o governo está pagando uma empresa privada? Por que se paga a mais para o cumprimento de um serviço público?

O que vemos todos os dias são ônibus em número insuficiente, com frequência insatisfatória e com motoristas dirigindo perigosamente para cumprir os horários impostos pelo patrão.

O que está em questão é a relação contaminada e a corrupção que existe entre o poder público e as empresas privadas de transporte. Brasília é a única cidade do mundo em que os donos de frotas de ônibus urbanos se tornam donos de empresas de aviação comercial.

O tipo de concessão que foi celebrada com essas empresas é viciada desde o início. Tudo precisa ser revisto. Por isso o PSOL defende a intervenção no governo do DF.

Por outro lado, a empresa responsável pela intermediação dos recursos entre o poder público e as empresas de ônibus é feita pela Fácil Brasília Transporte Integrado, uma filial da multinacional francesa do ramo de hotéis e alimentação Sodexho. Talvez a empresa não tenha nenhuma culpa neste caso. Afinal de contas, o Congresso da República Francesa revogou no final dos 1980 a lei que permitia a dedução do imposto de renda pago pelas empresas daquele país e suas filiais o total do valor gasto em propina para corromper instituições e funcionários públicos de terceiros países. Isso muda muita coisa. Mas trata-se ao mesmo tempo apenas de um ato de marketing de um ex-potência colonialista que ainda possui, em algumas de suas empresas nacionais, "culturas" organizacionais voltadas apenas para o lucro a qualquer custo.

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