Maestro Jorge Antunes

Maestro Jorge Antunes:
"A vida imita a arte. Por isso eu faço música engajada politicamente, em busca da justiça social."

domingo, 8 de agosto de 2010

LEIA O DISCURSO DA DEPUTADA LUCIANA GENRO PRONUNCIADO EM 08 DE ABRIL DE 2010


CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 066.4.53.O Hora: 10:48 Fase: BC
Orador: LUCIANA GENRO, PSOL-RS
Data: 08/04/2010


A SRA. LUCIANA GENRO (PSOL-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar minha indignação diante de uma situação absurda que aconteceu em Brasília.
Jorge Antunes, maestro aqui de Brasília, compôs uma ópera de rua, intitulada Auto do Pesadelo de Dom Bosco, da qual participam 65 músicos: cantores solistas, orquestra de 12 músicos e coral de 30 membros. Todos os participantes são voluntários, atuam sem cachê.
É uma ópera-bufa, com história passada na Idade Média, em que corruptos são julgados e condenados. O espetáculo critica e ironiza os corruptos dos poderes no Distrito Federal. Uma bela forma de engajamento cívico de um artista que está sempre atento à realidade do seu povo e da sua cidade. Os nomes dos personagens se referem a Deputados Distritais envolvidos no esquema de Arruda: Bruxa Ouvides Grito, Monarca Xaró Parruda, etc. Ocorre que o norte-americano Ira Levin, que é o regente da Orquestra do Teatro Nacional, é genro de Eurides Brito, caricaturizada na ópera de Antunes como sendo a Bruxa Ouvides Grito.
Para quem não se lembra, Eurides é a Deputada Distrital filmada recebendo propina. Ira Levin, que não manifestou nenhuma indignação diante do escândalo que desmoraliza a nossa Capital, não gostou de ver sua sogra ironizada. Ele telefonou para um dos músicos que atuam na ópera de rua, o clarinetista cubano Félix Alonso, e fez-lhe ameaças e coações, dispensando a sua participação na programação da Orquestra em 2010. Indignado, o músico Felix Alonso, que toca com a orquestra brasiliense desde 1997, foi aos jornais.
O caso teve desdobramentos. A imprensa se aprofundou investigando a situação até então pouco conhecida: a de que o Ira Levin é genro de Eurides e que esta tem injetado milhões em uma associação, para pagar alto salário ao genro.
Então, quero deixar registrada minha solidariedade ao maestro Jorge Antunes e principalmente ao músico Félix Alonso, que está sofrendo uma clara perseguição política. A sociedade brasiliense, que está indignada com a corrupção, também não pode tolerar perseguição àqueles que por meio do seu trabalho contribuem para denunciar essas mazelas da política.
Muito obrigada.

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